Como originou-se o primeiro pecado, certamente os
outros pecados se originam; pois todo pecado tem no seu centro o egocentrismo.
Todo pecado, em sua origem, é o ego em ação. A independência é a forma específica
de como o ego se manifesta: "eu tenho minhas opiniões, meus desejos, meus
alvos, minha identidade". Quando o homem optou por comer da árvore do
conhecimento, o seu Ego, a sua alma, foi aumentado, e passou a ser o centro da
personalidade humana. O propósito de Deus era
( e é) que o espírito humano fosse o centro, mas o pecado transformou o
homem em algo da alma, o homem se tornou almático. O espírito morreu, o ego se
tornou o centro, por isso o homem passou a ser egoísta, egocêntrico.
Mas podemos ver também que atrás de todo fruto da
carne tem também o ego em ação. O que é inimizade? É quando o ego não é
reconhecido. O que é raiva ? É o ego contrariado. O que é ciúme?
É o medo de o ego ser suplantado. O que é divisão ? É o ego que sempre
está certo e nunca abre mão. O que é inveja? É quando o ego não suporta
que o outro tenha algo e ele não. Poderíamos analisar cada pecado e observar
que o princípio subjacente a todos eles é a ação do ego.
O inimigo usa o nosso ego
como aliado para produzir pressões ministeriais ou mesmo para criar conceitos
errados que desemboquem em crises.
Conceito: eu fui o escolhido, então devo ser melhor que os demais. Pode
ser verdade no mundo, mas não no reino de Deus. Aqui o pensamento é: há outros
melhores que eu e ainda assim fui escolhido, preciso ser humilde e grato por
isso.
Conceito: meu irmão foi disciplinado e eu não, então eu sou melhor que
ele. O outro pastor está passando por muita tribulação e eu não, então sou mais
santo que ele. O pensamento no reino deveria ser: não sou melhor que meu irmão,
se ele está sendo disciplinado é melhor colocar a minha barba de molho. Se nos
colocamos na mesma posição do outro, é de Deus, é bom!
Segundo a Palavra de Deus podemos concluir que existem pressões
positivas e negativas, pressões que são boas e outras ruins. É inevitável que
tenhamos pressões, mas precisamos discernir que tipo estamos enfrentando.
* Como pastor, precisamos poupar energias. O diabo consegue disfarçar
muito bem ao ponto de parecer piedoso, genuíno.
A
pressão positiva
A pressão positiva é aquela que procede do encargo do coração e do amor.
Ela é muito poderosa, mas não acontece por acaso, é fruto de uma decisão que
direciona o coração para o foco correto.
Além
das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com
todas as igrejas. II Cor.
11:28
Paulo diz que ele tinha preocupação diária com todas as igrejas que ele
tinha aberto. Não era uma pressão pequena, era algo que certamente consumia energia.
Todavia essa preocupação, pressão ou encargo (chame como quiser) era
resultado de um encargo de amor. Por amar os irmãos ele se preocupava com o
desenvolvimento deles. Por amar os irmãos ele se preocupava que não houvesse
divisão que recebessem a sã doutrina e tivesse um pastoreamento apropriado.
Não há como ser pastor sem enfrentar a pressão. Mas essa deve ser a
pressão que nos impulsiona.
A pressão
negativa
Ao contrário da pressão positiva que tem origem no amor, a pressão
negativa tem origem no ego. É justamente essa pressão que o diabo usa para
produzir desencorajamento e prostração no ministério.
Como ela funciona? Em vez
de termos pressão pelo encargo da salvação das almas, ficamos angustiados
pensando que se não multiplicamos a nossa reputação é destruída, não teremos
relatório a prestar e vamos ser envergonhados.
No primeiro caso o centro é o outro, mas no segundo a preocupação está
inteiramente no ego.
Queremos pregar apropriadamente para edificar e ter uma igreja forte,
mas quando não vendemos cds nos sentimos desqualificados. Isso é uma pressão
inútil.
Se fomos honestos veremos que a maior parte das pressões que enfrentamos
está em função do nosso ego e do seu desejo de ser reconhecido, visto, amado e
honrado.
Alguns pais disciplinam os filhos mais por causa do que vão pensar deles
do que para honestamente os instruírem livrá-los do erro.
Só tem sucesso genuíno quem faz por amor.
O
assessor de imprensa
Todo artista possui um empregado chamado assessor de imprensa. A função
dele é espalhar pela imprensa notícias boas a respeito do artista e além disso
ele fica ali sempre incensando o astro dizendo o quanto ele é maravilhoso.
Essas pessoas são inofensivas até o momento em que o artista começa a
acreditar que tudo aquilo é verdade.
O nosso ego normalmente só se levanta quando temos muitos assessores de
imprensa e acreditamos neles.
Evidentemente é melhor ouvir elogios que críticas e é mais útil ser
otimista e positivo que pessimista. No entanto quando só damos ouvido ao nosso
assessor de imprensa estamos no começo do fim.
Todos nós precisamos de afirmação e palavras e elogio para sermos
motivados. O incentivo da mãe, dos amigos, dos bajuladores, dos motivadores,
são todos úteis por um momento. O problema começa quando além de ficarmos
motivados passamos a acreditar que somos algo extraordinário.
O truque portanto é aprender a apreciar os elogios sem nos deixar
controlar por eles.
Quanto mais você se julga ser alguma coisa, mais pressão. Quanto mais
elogio, mais cegueira quando vier a critica. Algumas pessoas estão conosco por
nossa causa; o melhor é ter pessoas que estão conosco por causa de um projeto.
Cuidado!
Há alguns sintomas de que o ego está tomando o controle e que o
resultado será trágico.
Você começa a se
considerar acima das leis e regras que se aplicam aos outros de maneira geral.
Você não conhece o preço
pago, mas diz: se o pastor fulano fez, eu posso fazer também.
Você acha que não deve
explicações e nem desculpas a ninguém.
Não é preciso responder
a ninguém pelos seus atos.
Se algo der errado você
não precisa reconhecer seu erro.
A crença em nossa
superioridade ou maturidade pode nos levar a colocar a culpa nos outros pelos
problemas.
Desarmando
a bomba do ego
O problema básico de quem se deixa embriagar pelo ego é o engano
completo em que vive. Basta um pouco de luz e bom senso que a força do ego se
esvai completamente.
É bom não se enganar, mas precisamos vigiar para não sermos enganados
por nenhum assessor de imprensa. Para isso faça alguns questionamentos:
1.
Quem está elogiando? Que conhecimento ele tem?
Quem o está elogiando está realmente qualificado para dizer que você é o
maior pregador do século ou o pastor mais extraordinário do país? Se ela não
tem conhecimento para fazer essa afirmação é melhor se informar melhor.
2.
Ele tem algo a ganhar com o elogio?
É comum o vendedor dizer que alguém tão inteligente, sensato, capaz e
próspero como você não pode ficar sem o produto X.
Alguns elogiam por maldade, outros por mera bajulação.
3.
Será que o fato de eu não ver o lado negativo significa que ele realmente não
existe?
Todo rei deveria manter uma criança por perto para avisar quando ele
estiver nu.